Conto da Garota da meia roxa. Part. 4

Apaixonar-se: v. pron. Sentir um grande amor por alguém. Entusiasmar-se por algo. Sentir uma atração demasiada por algo. De todas as definições do que é se apaixonar, a que eu gosto de compartilhar é: Quando acontece algo diferente com você que faz com que você não tire aquilo da cabeça, o diferente se torna algo bom de uma maneira que invade seu pensamento, seus sonhos, suas escolhas.
Uma das perguntas que mais respondia há um tempo atrás era se eu já havia encontrado ou não a garota da meia roxa, e após algumas decepções, percebi que já a encontrei. Bem, acho que encontrar não é bem a palavra certa. Percebo, melhor, aceito hoje que estar sozinho é bom. Mentira. Estar só para mim é bom, mas gostaria de estar acompanhado, mas pelo que vejo minha “metade da laranja” não está por ai. Quando falo que encontrei minha garota da meia roxa, foi por que a criei, e de fato, ela é a única que estar comigo e posso livremente falar que a amo. Por favor, não pensem que estou chateado, apesar de estar um pouco, ou triste. Na verdade eu estou conformado. Mas creio que não é bem por isso que vocês visitam estas páginas né? Me permita continuar o conto.
Sabe aquelas noites em que você não consegue dormir mesmo com sono e mesmo assim acorda com um sono pesado como se tivesse passado a noite toda trabalhando com tratores em uma construção?  Então, com os dois isso aconteceu. Passaram a noite em claro tentando encontrar alguma forma de manter aquela lembrança daquele encontro viva na mente deles pelo máximo de tempo que era possível manter um pensamento na cabeça. Esse esforço todo custou uma noite bem mal dormida.
Ela acorda mais cedo. Manhã de sábado. Por volta das nove da manhã. Levanta, toma um café forte para tentar despertar e colocar os pensamentos em ordem, basicamente todos os pensamentos baseavam-se em sua completa indignação de como o destino pode fazer aquilo com ela. Apresentar um cara que a deixou sem chão, e logo após fazer com que ele sumisse em um mar de gente. Apesar dos pensamentos ela recomeça sua busca a procura dele, vasculha redes sociais, pergunta a amigos, mas é como se ele fosse invisível, apesar do fracasso de sua busca, ela continua sua rotina de sábado, que consistia em tentar não pensar muito nos trabalho que ela deixava para última hora para poder assistir suas series e filmes, e colocar em dia sua leitura.
Ele, bem, ele levanta da cama como se carregasse o peso do mundo nas costas. Toma sucrilhos assistindo os desenhos que passam na tv pela manhã. Liga o notebook e pesquisa sobre ela, nada. Desiste, e vai colocar seus estudos em dia, mas não adianta, ela não sai da cabeça dele. Era como se a imagem dela ficasse presa e aquela cena se repetisse varias vezes na cabeça dele. Uma das coisas que ele mais reparou foram os bottons, nossa ela tinha 4 bottons na mochila, 2 com a bandeira da Inglaterra e 2 da banda Beatles, uma das bandas preferidas dele.
O final de semana deles foi o mais difícil de todos, era como se o coração e a mente de ambos tivessem achado no outro um par. De que vale encontrar uma vez, sim caro leitor, eu sei que deixar um gosto de quero mais sempre é bom, mas nesse caso eles não sabiam quando iriam se encontrar de novo. Fico preocupado sobre como isso ocorrerá, mas quer saber, pela minha demora, direi como será.
Segunda feira, oficialmente o dia mais chato de todos. Aquele que inicia a semana, as vezes uma ótima semana, as vezes um péssima. Um dia que por si só já é maçante, ao mesmo tempo em que decreta o início, ele decreta o final do descanso. As aulas voltam, o trabalho volta, tudo volta.
 A faculdade sempre é um pouco vazia nas manhãs de segunda, e ambos acordaram decididos a esquecerem daquele encontro. Seria melhor achar que foi um descuido do acaso, do que esperar que algo acontecesse de novo. Sabe qual a melhor coisa do acaso? Ele sempre te surpreende.
Ele a vê, ela estava lá um pouco distante em pé fazendo sinal para um ônibus indo para casa. O que ele fez? Bem, ele fez exatamente o que todo filme clichê ensina você a fazer, ele começou a correr, mas não em direção do ônibus, ele correu em direção a próxima parada que ficava uns 200 metros subindo uma ladeira. Ele perderia uma aula, pegaria um ônibus totalmente estranho que ele não sabia para onde levava só para falar com ela, convenhamos, não existem mais caras assim hoje em dia.
Após correr, suar, cansar e ficar ofegante ele conseguiu, entrou no ônibus, a viu. Ela estava linda, distraída com seus fones de ouvido, olhando a paisagem passar pela janela, estava ouvindo alguma banda independente nos fones de ouvido e de vez em quando fazia caretas como reação a música que estava tocando. Estava deslumbrante com uma blusa jeans com as mangas dobradas ate o cotovelo e com um lenço na cabeça, tudo nela esta lindo. Ele se aproxima, senta ao seu lado, e diz:
   - Oi
E ela nem olha para o lado e responde de uma forma automática:
- Oi
Ele:
- Sabe, gostei dos seus bottons. Além de linda, tem bom gosto. Espero que não se incomode que eu diga isso mas, desde de quando nos topamos, você não sai de meus pensamentos.
Ela então o vê, tira os óculos escuros e fica uns 5 segundos sem ação. Sejamos francos, o que você faria? Ela apenas olhou e respondeu com um sorriso estampado no rosto:
-  Que coincidência nos encontramos!
- Não foi coincidência, não dessa vez. Corri atrás do ônibus só para saber seu nome
- Prazer, meu nome é ...
 .......... Continua
                                     

Nenhum comentário:

Postar um comentário