- Ana...
Aquele nome para ele soou de uma forma tão sutil e doce que por um instante tudo a sua volta se resumira a ela, e aquele beijo? Nossa, aquele beijo foi algo nunca experimentado antes do por ele, como em um beijo ela conseguirá passar uma sensação de segurança e bem estar daquela forma ele se perguntara. Foi um beijo doce e rápido, não durou mais que alguns segundos, mas para ele durou muito pois o tempo parou enquanto ela o beijava. Poucos vezes ele havia sido pego de surpresa de tal forma, e aquela arritmia cardíaca que estava tendo antes se intensificou a ponto de lhe faltar o ar. Como pode uma garota tão incrível como ela ter me beijado?, esse era o pensamento dele.- E o seu nome? Qual é? - ela pergunta a ele com um sorriso tímido e com as bochechas escarlates.
- Meu...nome? - Ele fala com a voz um pouco trêmula, buscando o fôlego que havia escapado por alguns instantes. - Não acho que meu nome me defina com a exatidão que o momento pede, estamos constantemente em um processo de mudança e aprimoramento e isso é importante para que sempre cresçamos nessa nossa caminhada...
Ela solta um leve sorriso impressionada e pensando em onde aquele garoto estava todo esse tempo.
Ele continua, - Mas já que você quer tanto saber, me chamo José...o nome simples, fácil de se lembrar.
Ela interrompe: - E o dono dele é difícil de se esquecer.
O sol ia começando a cada vez mais ficando mais quente no decorrer da conversa que se seguia ali, não haviam planejado nada, não tinham almoço e as poucas sobras de pizza na geladeira de José não seriam uma fonte confiável de comida, pois não se sabia desde quando elas estavam ali, mas nenhum dos dois se importavam com isso, não existia nada além dali, daquele momento, daquele instante.
- Onde você mora? - perguntou ele querendo saber um pouco mais sobre ela.
- Na rua São Cristovão, não fica assim tão distante daqui, mas não estou com pressa para voltar para casa, quero aproveitar um pouco esse dia, ver quais maiores surpresas ele me reserva.
- Você ainda espera mais surpresas?
- Claro, a vida está em déficit comigo, ela está me devendo boas surpresas ainda para poder equilibrar as merdas que ela fez com o que eu passasse.
- Você quer entrar?
Então sem resposta ela apenas se levanta devagar, e se agacha na frente dele e o olha nos olhos. Ela trajando um blusa velha dele que nela havia ficado incrivelmente incrível, ela o olha bem nos olhos, o beija, e o puxa em direção a porta. Ao entrar em casa ele se vira um pouco tentando achar no meio daquela bagunça, uma bagunça de poucas coisas espalhadas pela casa, alguma coisa para comer.
Já passavam das onze e ele encontra jogando no canto um convite amassado para a abertura de uma padaria que havia ocorrido alguns dias atrás, ele então rapidamente pega a carteira e o celular e pede para que ela se arrume.
- Ana, se arrume, já sei onde te levar! - Ele falou com um sorriso no rosto, como se estivesse encontrado ali um bilhete premiado da mega sena.
- Onde vamos? - Ela tirando a blusa e catando um roupa dela.
- Confia em mim.
Ele a puxa pelo braço e segue em direção a padaria, chegando lá ele rapidamente pede para que ela espere do lado de fora e corre para dentro catando alguns produtos, corre para fora a puxa pelo braço não deixando com que ela visse o que ele comprou.
- João! Para onde está me levando?
- Vou te levar para ver o mundo! Um lugar onde você verá que as pequenas coisas são as melhores.
...
- Chegamos! - Disse ele após cerca de 30 minutos de caminhada pelo parque.
- João, chegamos onde? - Ela olhando em volta e não havia nada ali, estavam no meio de um parque e em frente a uma pequena ponte.
- Senta aqui - disse ele apontando para um muro baixo - Você vai ver o futuro.
Mesmo sem entender ela senta enquanto ele tira dois sanduíches naturais da sacola, junto com duas caixas de sucos de uva e esperam. Por diversas vezes ela o observava olhando fixamente para a ponte sem entender muito, mas ela sabia que a qualquer momento poderia ser surpreendida.
- Ali! Olhe! - disse ele enquanto apontava para ponte
- Esse é o futuro?
- Sim, esse é o futuro.
Na ponte estavam ali um casal de idosos, que iam a ponte todos dias a tarde para se beijar e relembrar o tempo em que se conheceram em cima daquela mesma ponte. João havia descoberto isso alguns anos atrás, quando estava passando pelo parque e os viu e desde então quando se sentia perdido ele ia ali para ver naquele casal um futuro que ele queria para ele.
- Você deseja isso para sua vida? Casar e passear no parque? - Disse ela e ele de uma maneira singela, enquanto ainda observara o casal.
- Não, pequenas coisas, não casar, mas eu quero alguém com quem eu sei que passei os melhores anos da minha vida com.